Limitações da linguagem. Parte II

Escrever é tecer! Sendo assim um texto seria um enorme tecido, onde as palavras de formam. E ficam belas entrelaçadas umas as outras. Mas para que servem os tecidos? Se não para esconder, o corpo, algo de mais verdadeiro, tocável, como sentidos, o prazeres, as dores. Há uma infinidade de outras coisas não codificáveis um campo altamente complexo, intocável, um milagre, e irreal.
Na escrita os verbos são conjugados isso faz com que eles sejam alterados não mais como fato, acontecimento e sim como um simples enfeite peculiar. E escrita tem propriedade, ou seja, não importa o que ela diz. Mas quem a escreve. Com tudo é impossível escrever sem conjugar verbos! Logicamente…Assim como é difícil ler quando não sabemos quem é que vós dirigis um mundo.

Há realidade é composta pelo que direcionamos os nossos olhos a imaginar. Um mundo descrito que nos abafa, nós impossibilita a existência. O que vemos nos descreve o que temos enquanto caminho para seguir.

Como resistimos. Porque a vida se estrebucha para ser. Assim como dobramos a linguagem, destruímos a moral, e passamos pelo o caos da invenção. Até percebemos que não nos importamos com as coisas, mais com pessoas-coisificadas e objeto-personificado.

Todo ser é um milagre da existência. Todas as pessoas e individuada pelo mundo de coisas que as envolvem. E os objetos são construídos como obras de arte. Então se eu tenho um quadro de um pintor famoso da minha sala faço parte do mundo da arte com o qual aquele quadro me conecta, e ele define minha interação, quem estará ao meu redor, assim como definirá o que delimita minhas práticas de existência. Por isso, é mais importe hoje o que as pessoas têm, ou seja, que mundo as pessoas conseguem consumir para que se forme um individuo, um si mesmo, particular do que acessamos do que de fato o que elas são.

O convívio, os vetores, as aproximações, a linguagem, delimita o que sentimos. Logo, o sentimento seria algo extremamente racional produzido pelo ambiente em que estamos inseridos? E sentir faz parte de uma produção-maquinada do que podemos ver limitados pelo mundo que os objetos em nossa volta produz? Se, é isso, a razão, uma parte infinitamente pequena, e pouca desenvolvida de nós. o que somos? E o que é esse que é, o ser, de nós?

A vida como potencia, é o ser, a explosão do que se deseja atualizada na realidade? A virtualidade é o que esta na superfície? Atualizar é jogar para o atual o que desejamos e transforma-lhe em imanência? Encontrar a si mesmo não é possível, a não ser que desejamos a atualidade que já esta morte, pois é indesejável. Logo, ultrapassar o que se é, é uma negação de si, um passo da invenção, que é uma forma de tornar-se a si inventado por si mesmo. É um si mesmo que se inventa. E sem invenção não somos, nem o si mesmo, porque este não existe, e não temos a possibilidade de inventar um si mesmo, pois nos falta sentir o desejo de existência de um ser.
Quem pode ficar tranquila com uma existência se a desconhece enquanto um eu? Ou outro? Tranquilizar-se com as possibilidades que são infinitas, porque nós a inventamos. Com o que pensamos. Com o que desejamos cuidar.

décima lua crescente de 2009

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