poéticas

Paralisia

Minhas costas travam pedindo cama
O motivo de tal paralisia é inexplicável.
A aflição no estomago segue de algo a ser resolvido,
sem possibilidades o corpo não se sustenta

Ele caia, adormece.
Todas as correntes trancadas, os fantasmas a seguram
desconhecidos, correntes invisíveis.
Corpo privado do qualquer sensibilidade

Do silêncio gritante 

O útero grita, geme, contrai diante do horror.
Somos órfãos, abortados no mundo.
O que fazer a partir das conversações.
Do logos, do polis, da heteronormatividade,

E todas outras lamas projetadas no nosso corpo social.
Chora, na dita pré-discursiva, do gênero, do sexo, da natureza.

Perverso, apropriar-se do corpo sensível,
Para um capitalismo estético, cognitivo.
O fascismo da um zoom na bunda no outdoor.

O que dizer? Silêncio…
(Como a maior parte das mulheres fazem nos espaços públicos!?)
As mulheres fazem!

Não vomitamos, gritamos o silêncio.
Evidencia – As violências produzidas em nossos corpos – território;
Da ciência e do conhecimento.

O útero deve garantir a continuidade da espécie.
Shiuuuu. Silêncio!!
Surge o som da sociedade falogocêntrica
Meus soluços enjaulados numa suposta natureza de si.

Um pouco de alegria…

boa à noite. A trés

andar com o ar de quem;
é desprotegida, paralisa.
atingir a velocidade de um corpo vibrátil;
é ansiedade, infantil.

a falta, a narrativa, o inexistente; é construção.
Nada poética encher de pontuações
para esconder o obvio, inventar alguns trechos bobos:

Falar de mais para esconder o que se senti
dobrar o espaço distante do outro sexo
sentir a irritação de outros hormônios
Até parece que a questão é biológica!

o tempo é que não existe
foi saudável a saudade?
O quanto é libertário sentir?

Uma forma estúpida da linguagem;
não ser patética e nem romântica…
Prefiro não passar perto do brega.

Mas quase sempre nos encontramos
na esquina de qualquer despedida

 

 

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